20 maio, 2018

Como seria a sala de aula do futuro?

Uma escola sem classes,  sem quadro negro ou sem aulas expositivas?
Difícil fazer essa previsão, mas partindo do pressuposto que o futuro começa agora, comecei a   pesquisar como poderia ser, fisicamente, uma sala de aula de contemplasse as necessidades de  todos os meus alunos e ao mesmo tempo propicia-se um ensino qualitativo.
São inúmeras propostas encontradas, umas viáveis outras nem tanto.


Esta foto é de uma escola na Suécia, junto a imagem vem as seguintes perguntas:
Se a sua escola fosse assim, você não teria chorado, se fingido de doente ou batido o pé tantas vezes com seus pais para poder faltar, não é mesmo?
Talvez sim, mas acredito que às respostas em sua maioria seria não.  Um ambiente agradável, convidativo e que estimule a aprendizagem e a criatividade.  Acredito que aliar boas metodologias a espaços repensados para os alunos possa ser uma alternativa para quem sabe fugirmos dessa proposta educacional que insiste em se instalar durante tanto tempo e que atravessando décadas ainda continua a ser aplicada.

Pensando nestas possibilidade refleti em como poderia de alguma forma implementar ideias diferenciadas em meu estágio.  Como poderia  desenvolvê-lo de forma efetiva,  se prego o distanciamento da educação bancária?   Então a pesquisa, nossa fiel companheira, se fez necessária novamente.
Como poderia implantar um espaço de primeiro mundo em uma sala de aula no Brasil? Acredito que possa se transformar em uma proposta plausível na medida que contamos com parcerias como direção e pais.  Nada se faz sozinho e encontrar aliados nesta hora é de fundamental importância.
A produção atual da arquitetura escolar desconectada das relações pessoa-ambiente sinaliza a necessidade de uma nova abordagem sobre a problemática, que reconheça sua multidisciplinaridade, abrangência, e que pense sobre os significados do ambiente no processo de construção do conhecimento. Essa abordagem vai exigir uma mudança de atitude nas práticas tradicionais... (AZEVEDO, 2002). 
Primeiro passo foi dado, já conto com apoio da direção, agora é hora de conversar com os pais e ver o que acham da proposta.
O que será feito?
Como será planejado?
Poderá trazer algum prejuízo?
Com certeza serão muitas perguntas, mas acredito que posso me preparar de forma adequada para respondê-las.  Percalços farão parte do plano, porém a meta é convertê-los em experiências positivas.











Fonte:

AZEVEDO, Giselle Arteiro N. Arquitetura Escolar e Educação: um Modelo Conceitual de Abordagem Interacionista. Tese de Doutorado. Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ, 2002.

DRAGO, Niuxa Dias & PARAIZO, Rodrigo Curi. Ideologia e Arquitetura nas Escolas. Disponível na Internet via http://www.fau.ufrj.br/prourb/cidades/tfgcmc2000/estetica.html, julho 1999. 

SITE: https://hypescience.com/escola-sueca-sem-classes-de-aula-sera-o-futuro-da-educacao/



Centro de Interesse





Estudando Montessori, Dewey, Decroly e Freinet em didática, observei que sempre trabalhei, de uma forma ou de outra, com algumas de suas teorias ao longo destes vinte e oito anos de magistério.  Seja através da autonomia do aluno tão enfatizada por Maria Montessori com de seus brinquedos pedagógicos, que auxiliam a voluntariedade do educando ou através do experimentalismo de Dewey, ou até mesmo nos trabalhos manuais de Decroly e seu centro de interesse ou com Freinet e sua aula passeio, tiveram grande influência em minha metodologoia de ensino ao longo deste tempo.

Qual é a diferença?

Posso dizer que antes trabalhava guiada pela intuição, aplicava determinada atividade e verificava qual tinha melhor retorno.  Porém agora, com o embasamento teórico, posso ir além.   Mergulhar na teoria de cada autor fará toda a diferença principalmente no estágio que se aproxima, sem falar na qualidade do ensino que poderei ofertar aos meus alunos.



Centro de Interesse de Decroly

Esta semana trabalhei com o centro de interesse de Decroly com meus alunos, a temática foi alimentação (aparelho digestório).  As três etapas sugeridas pelo autor foram aplicadas e posso dizer que o aprendizado ocorreu tanto para o educando como para o educador.


Conclusões a que chegaram:















Família X Escola?












A escola reclama da ausência da família no acompanhamento do desempenho escolar da criança,  por sua vez a família  reclama da excessiva cobrança da escola para que os pais se responsabilizem mais pela aprendizagem da criança.  Quem está certo ou quem está errado?
A família é o principal espaço de referência, proteção e socialização dos indivíduos, independente da forma como se apresenta na sociedade. 
Nessa perspectiva a família tem papel de extrema relevância na aprendizagem da criança, pois esta fortemente ligada ao papel da escola. Segundo Zagury (2002 p.175)
Já a escola, é primordial que ela elabore projetos e crie mecanismos que auxilie o processo ensino aprendizagem de seus alunos.
Acredito que encontrar culpados na relação família e escola não nos leva a parte alguma.  Então porque não unimos forças tão importantes em prol de nossas crianças?  Se partimos do princípio que ambas querem o melhor para os filhos e alunos, vamos deixar esse cabo de guerra só para as brincadeiras infantis e vamos apostar nesta parceria que pode dar excelentes frutos.
Acreditando nessa parceria minha escola optou, ao invés dos festejos tradicionais de dia das mães, em  propiciar um momento em família. Pai, mãe, avó, bisavó e manos todos integrados em um belo momento de muito amor e carinho.
Para corroborar trago Arribas (2004, pgs. 393-394) que  destaca à participação dos pais na escola,“[...] a escola deverá fomentar e organizar sua tarefa de forma que pais e professores se envolvam em um objetivo comum: colaborar de forma ativa e responsável na educação das crianças”. Assim tanto a escola como pais devem estar preparados para trabalhar em conjunto no desenvolvimento do aprendizado da criança.





Fontes:

SZYMANZKI, Heloisa. A relação família/escola: desafios e perspectivas. 1ºreimpressão. Brasília, Plano Editora: 2003.

ARRIBAS, T. L. Educação Infantil: desenvolvimento, currículo e organização escolar. 5ª ed., Porto Alegre: Artmed, 2004.