14 outubro, 2017

Dilema moral


O dilema do antropólogo francês 

Claude Lee, antropólogo francês, há dez anos vive numa ilha de um arquipélago na Polinésia. Sua missão é pesquisar os hábitos dos nativos que lá habitam. Os costumes dos nativos são bastante diferentes dos costumes dos franceses, mas ele tem o cuidado de não julgar o modo como estes nativos vivem, porque tal avaliação sempre seria parcial. Como poderíamos abstrair sinceramente a concepção de mundo que herdamos da nossa cultura e avaliar imparcialmente todas as culturas? 
O antropólogo tem ainda outro argumento: qual seria a medida pela qual julgaríamos as culturas? Existem quesitos transculturais que nos permitem avaliar toda e qualquer cultura? A reposta do antropólogo é não: toda avaliação está condicionada pelo cultura do avaliador.  
Assim, Claude decidiu jamais interferir no modo de vida dos habitantes do arquipélago. Entre os costumes destes, existe o de considerar intocável o povo da ilha X, pois seriam feitos de uma substância diferente daquela da qual os seres humanos são constituídos, de tal modo que, ao se tocar um morador da ilha X, ele se transformaria em areia e água. 
 Num dia de temporal muito forte, um náufrago veio dar na ilha onde o antropólogo estava morando. Ele percebeu que este homem era habitante da ilha X e que estava bastante ferido, mas que poderia ser facilmente curado, desde que os nativos o cuidassem. Estes, contudo, por força de seu costume, não querem tocar no náufrago.  
Claude Lee, após refletir sobre o assunto, decidiu continuar não intervindo nos costumes dos nativos da ilha. 


Quantas vezes nós professores enfrentamos dilemas semelhantes, quando nos deparamos com alunos com dificuldade de aprendizagem. Alguns por falta de estrutura familiar, outros por apresentarem dificuldades e incapacidades reais ou circunstanciais, físicas ou intelectuais.
Costumo acolher esse aluno, ou faço como o antropólogo, deixando-o abandonado à própria sorte?
Cumprir o dever de incluir todas as crianças na escola, implica o reconhecimento de que o outro é sempre  diferente, pois a diferença é o que existe, e a valorização das diferenças que impulsiona o progresso educacional.
Como mediar e atender uma demanda tão diversificada, não esquecendo princípios morais e éticos?
Acredito que oferecer oportunidades para que as crianças se apoiem mutuamente para aprender, seja uma forma de atendê-las, assim elas exercitam naturalmente a cooperação, quando dividem entre si suas tarefas e, principalmente, quando essa divisão é baseada no interesse e nas possibilidades de cada aluno.  


13 outubro, 2017

Inclusão

Já tive a oportunidade de aprender muito, convivendo com um aluno com paralisia cerebral e outro  classificado com retardo mental moderado.
Cada dia era uma nova descoberta com relação as suas potencialidades, mesmo insegura com relação a uma série de questões, as mães destes alunos trouxeram-me um novo olhar.
Descreviam-me suas atividades em casa, faziam coisas que eu tinha medo de solicitar em sala, mas com o tempo e a confiança sendo constituída, percebi o quanto cada um de nós poderíamos crescer com estas experiências.
O auxílio da turma também representa uma importante parceria para o desenvolvimento de todos.  Em ambos os casos percebi colegas solidários e com disponibilidade para dividir o conhecimento.
Todos participavam de todas as atividades, onde porventura pudesse acontecer algum tipo de embaraço, prontamente tinha alguém para auxiliar, sempre é claro com a supervisão da profe.
Trocas amorosas que ressignificam pensamentos e valores.

12 outubro, 2017

Ser criança...

Esse ano o Dia da Criança, tem um significado muito especial.  Agora com uma turma🙌é possível refletir, mais lucidamente, sobre o que é ser criança.
Meu discurso para eles foi exaltar essa fase tão mágica de nossas vidas, pedi-lhes que aproveitassem ao máximo esse período, para que no futuro não lamentem as coisas boas que perderam.

Correr, brincar, descobrir, surpreender-se, curtir cada momento e ser feliz.
Problemas todos têm, apesar de pequenos alguns já trazem uma carga enorme, porém incentivá-los também faz parte de minha missão.
Ainda no primeiro dia de aula perguntei-lhes o que gostariam de ser quando grandes, as respostas foram as mais variadas.  Juíza, bombeiro, vários profes, mas tinham alguns que não sabiam ou não haviam pensado no assunto.  Inevitavelmente crescerão e talvez deixem para traz o sonho.  Alguns pela necessidade imediata de sobrevivência, largarão os estudos.  Outros seguirão firmes em seus propósitos, e quanto a mim sempre estarei incentivando, a todos, quanto a realização de seus objetivos.  

Parabéns a todos que são crianças e para aqueles que ainda se permitem ser.

Experiência com o Moodle


Descobri que minha atual escola possui um incrível 
laboratório de informática e que, atualmente, não está sendo aproveitado.  Já utilizei-o duas vezes, para pesquisa com os alunos.
A escola possui também uma boa internet.  Porém percebi que a maioria dos alunos não sabem pesquisar, então resolvi trabalhar com a mesma plataforma utilizada na graduação.
O Moodle apresenta um serviço gratuito, onde posso lançar os conteúdo e após  verifico, através das questões, o quanto cada um avançou em suas aprendizagens.


Moodle (Modular Object Oriented Distance LEarning) é um sistema gerenciamento para criação de curso online. Esses sistemas são também chamados de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) ou de Learning Management System (LMS).
O moodle é um software livre, que pode ser instalado em várias plataformas que consigam executar a linguagem php tais como Unix, Linux, Windows. MAC OS. Como base de dados podem ser utilizados MySQL, PostgreSQL, Oracle, Access, Interbase ou ODBC.
Estou na fase inicial do projeto, mas encontro-me otimista quanto ao uso desta nova ferramenta, dentro da aprendizagem em rede, tão pontuada em nosso curso.

09 outubro, 2017

Sincretismo religioso

Buscamos inspiração no sincretismo religioso, para conhecer diversas linguagens e formas de expressão.
Nosso vídeo, solicitado na inter, retrata exatamente o estudo da fusão de diversas doutrinas, das mais variadas origens, e como aconteceu essa mistura religiosa, em terras Tupiniquins.

Nosso objeto de estudo é D. Isaura que retrata essa fusão de crenças.  
Batizada na igreja católica, conta-nos a vidente, que há trinta anos teve uma experiência espiritual, onde foi designada para auxiliar às pessoas, tanto em males físicos, quanto psíquicos. Ela atende a todos os tipos de opções religiosas, excluindo veementemente  a magia negra.

Fizemos uma pequena amostragem das opções religiosas de nossos alunos e percebemos que a diversidade é grande, justamente por isso a importância de entendê-las, face ao desafio de divulgar e orientar a tolerância para vivenciarmos um convívio mais harmônico, entre as diferentes crenças.


08 outubro, 2017

Reconhecer as diferenças...

             
Reconhecer as diferenças e a especificidade que cada um, é  o compromisso de nós educadores(as).
Alto, baixo, cadeirante, negro, indígena, cada um traz uma imensa carga cultural.  Somos o fruto das diferenças e dos valores sociais, políticos, religiosos, étnicos entre outros, que nos permeiam.
Os alunos apresentam singularidades, que enriquecem minha  condição de eterna aprendiz.
Entendê-los, no dia-a-dia, faz parte do meu aprendizado, para que assim eu possa avançar  em múltiplas questões.
A pedagogia tem me reservado momentos especiais.  Um deles foi, começar a ouvir mais, o que cada um tem de importante para ser dividido.  
Explicitaram  os medos, a raiva, alegrias e tristezas a partir dessa interação, obtive um grande avanço comportamental com todos.
Falaram principalmente de suas angústias, então pude entender, o que passa na cabeça de cada um.  Comecei a montar estratégias para canalizar um pouco essa energia.
Introduzi o Mindfulness:


Com a meditação, vivenciamos o momento presente.  Através desta percepção consegui alunos mais concentrados e calmos.   Não é uma técnica "milagrosa", mas pode auxiliar enormemente nosso trabalho. 

Revolução Cognitiva



Sapiens Uma breve história da humanidade, que Karnal comenta na entrevista, mostra a trajetória da espécie humana, e  como ela é traçada pela sucessão de três revoluções: a cognitiva (quando nos tornamos espertos), a da agricultura (quando moldamos a natureza a nosso favor) e a científica.
O livro, citado pelo historiador,apresenta algumas pistas no caminho do entendimento da cognição,basicamente um grande quebra-cabeça,  unimos alguns pontos para tentar revelar o processo da aquisição do conhecimento e também estabelecemos alguns elos importantes desse emaranhado, porém ainda dispomos de poucas certezas.
Apesar  do sapiens arcaico se parecesse exatamente conosco, apresentava grandes limitações quanto aos seus aspectos cognitivos, tais como memória, aprendizado e comunicação.
O surgimento de novas maneiras de raciocinar e se comunicar, entre 70 mil anos a 30 mil anos atrás, constitui a Revolução Cognitiva.