Ser professor é ser pesquisador!
“Se o
professor pretende ensinar algo, ele precisa saber esse algo que pretende
ensinar. Ele precisa questionar-se a respeito de como sabe aquilo que pretende
ensinar. Precisa questionar-se também se sempre soube o que sabe e aquilo que
ensina. Embora tenha a sensação de que sempre soube, isso não corresponde à
realidade.”
Foi nesta semana que esta citação da professora Tânia Marques, veio em minha mente. Estava realizando uma atividade de matemática,
mais precisamente sobre classificação e o que a princípio parecia ser um
exercício de fácil resolução, acabou virando um objeto de pesquisa.
Montei uma
atividade no PowerPoint onde apareciam vários alimentos em uma cesta, de outro
lado haviam três caixotes,onde esses alimentos deveriam ser separados e
classificados como frutas, verduras ou grãos. Percebi que a ideia que eu tinha
a respeito de grãos estava equivocada por achar que o feijão se enquadrava
nesta classe, aí fui pesquisar e verifiquei que
plantas como feijão, ervilha e amendoim não
podem ser chamadas de cereais – portanto, suas sementes não são grãos. A razão
é bem simples: eles não fazem parte da família das gramíneas – são, na verdade,
da família das leguminosas. Aí, a regra é até mais simples: as sementes do
feijão, da ervilha e do amendoim chamam-se apenas… sementes.
Assim também alguns
legumes como berinjela e o tomate surgiram dúvidas a respeito de sua
classificação.
E que os legumes como feijão, ervilha,
amendoim e lentilha também são um tipo de fruto, que têm como característica o
fato de serem duros, secos e terem as sementes protegidas por uma vagem.
Nas feiras a rigidez da classificação
científica dá lugar a um critério bem mais simples: os frutos doces são
chamados de frutas e o resto vira legume. “Não se trata de uma definição
técnica, mas de uma distinção popular que se consagrou pelo uso”, afirma o
biólogo Marcos Arduin, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar).
Dessa forma, frutos adocicados, como o
abacate, o caqui, a uva e a banana, recebem o nome de frutas. Outros mais
salgados ou azedos – como o tomate, o chuchu e a berinjela – são considerados
legumes. “Esse estilo de classificação ampliou a categoria dos legumes. Com
ele, há espaço para incluir raízes (como a cenoura e o rabanete), ramos (como
brócolis) e grãos (como o arroz e o girassol)”, diz Marcos.
Vivendo e aprendendo, é o ditado é
popular mas muito coerente. Voltando a reflexão inicial posso afirmar que o
professor é um eterno pesquisador.
Sempre acreditei conhecer a classificação geral dos alimentos, mas foi através
da pesquisa cheguei a outras possibilidades.
Acreditamos ao longo da vida em várias
hipóteses que acabam se transformando em verdades absolutas, mas é justamente
essa desacomodação que minha profissão proporciona que me encanta.
Repensar conceitos e teorias, nos
torna mais criativos também, pois além de gerar aprendizagens nos dá uma gama
infinita de novas possibilidades.
Fontes:

