05 novembro, 2016

Ser professor é ser pesquisador!







“Se o professor pretende ensinar algo, ele precisa saber esse algo que pretende ensinar. Ele precisa questionar-se a respeito de como sabe aquilo que pretende ensinar. Precisa questionar-se também se sempre soube o que sabe e aquilo que ensina. Embora tenha a sensação de que sempre soube, isso não corresponde à realidade.”
Foi nesta semana que esta citação da professora Tânia Marques, veio em minha mente.  Estava realizando uma atividade de matemática, mais precisamente sobre classificação e o que a princípio parecia ser um exercício de fácil resolução, acabou virando um objeto de pesquisa.
Montei uma atividade no PowerPoint onde apareciam vários alimentos em uma cesta, de outro lado haviam três caixotes,onde esses alimentos deveriam ser separados e classificados como frutas, verduras ou grãos. Percebi que a ideia que eu tinha a respeito de grãos estava equivocada por achar que o feijão se enquadrava nesta classe, aí fui pesquisar e verifiquei que plantas como feijão, ervilha e amendoim não podem ser chamadas de cereais – portanto, suas sementes não são grãos. A razão é bem simples: eles não fazem parte da família das gramíneas – são, na verdade, da família das leguminosas. Aí, a regra é até mais simples: as sementes do feijão, da ervilha e do amendoim chamam-se apenas… sementes.
Assim também alguns legumes como berinjela e o tomate surgiram dúvidas a respeito de sua classificação.
E que os legumes como feijão, ervilha, amendoim e lentilha também são um tipo de fruto, que têm como característica o fato de serem duros, secos e terem as sementes protegidas por uma vagem.
Nas feiras a rigidez da classificação científica dá lugar a um critério bem mais simples: os frutos doces são chamados de frutas e o resto vira legume. “Não se trata de uma definição técnica, mas de uma distinção popular que se consagrou pelo uso”, afirma o biólogo Marcos Arduin, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar).
Dessa forma, frutos adocicados, como o abacate, o caqui, a uva e a banana, recebem o nome de frutas. Outros mais salgados ou azedos – como o tomate, o chuchu e a berinjela – são considerados legumes. “Esse estilo de classificação ampliou a categoria dos legumes. Com ele, há espaço para incluir raízes (como a cenoura e o rabanete), ramos (como brócolis) e grãos (como o arroz e o girassol)”, diz Marcos.
Vivendo e aprendendo, é o ditado é popular mas muito coerente. Voltando a reflexão inicial posso afirmar que o professor é um eterno pesquisador.  Sempre acreditei conhecer a classificação geral dos alimentos, mas foi através da pesquisa cheguei a outras possibilidades.
Acreditamos ao longo da vida em várias hipóteses que acabam se transformando em verdades absolutas, mas é justamente essa desacomodação que minha profissão proporciona que me encanta.
Repensar conceitos e teorias, nos torna mais criativos também, pois além de gerar aprendizagens nos dá uma gama infinita de novas possibilidades.

Fontes:
http://mundoestranho.abril.com.br/alimentacao/qual-a-diferenca-entre-cereal-e-grao/
https://portalvilamariana.wordpress.com/2012/08/20/berinjela-e-fruto-fruta-ou-legume/